O cartola chegou a levar o deputado José Alves Rocha e o senador Ciro Nogueira, com mordomias de primeira linha, para a Copa do Mundo do Catar

Conta-se que um dirigente esportivo carioca chegou ao Vasco da Gama batendo carteira e, quando deixou o clube, havia se transformado em batedor de caixa-forte. O futebol não possibilita riqueza apenas a alguns jogadores — por sinal, há um funil, e por isso nem todo mundo fatura como Neymar. Há cartolas que, ao longo do tempo, se tornaram multimilionários. Dois deles, sogro e genro, viraram, de uma hora para outra, potentados e, apesar de ações judiciais, nunca foram condenados.
A história dos cartolas, para além do folclore, notadamente a respeito de Vicente Mateus (o da “faca de dois legumes” e “quem sai na chuva é para se queimar”) e Eurico Miranda, vale uma ampla investigação.
Livros e mais livros poderão ser escritos a respeito das riquezas e jogadas dos homens que, por vezes, roubam à farta e passam a mão, inclusive, no faturamento de jogadores (parças que, relativamente inocentes, são enganados). Conta-se que em Goiás um jogador foi vendido para o exterior, ganhou até uma boa grana, mas o dirigente que o comercializou potencializou a própria fortuna.
Há, claro, dirigentes honestos. Podem ser contados nos dedos da mão esquerda? Talvez existam mais. Hailê Pinheiro, do Goiás, era de uma decência rara. Rico, dedicou sua vida ao clube. Amava o time como se fosse um filho.