
“Nos lembramos que somos gente de novo”, disse uma mulher presa ao assistir, pela primeira vez, uma aula no Colégio Estadual Dona Lourdes Estivalete Teixeira, unidade educacional dentro do complexo prisional em Aparecida de Goiânia. “A leitura em si, ela tem o poder de libertar. Mesmo você estando preso, trancado, você lendo se sente diante daquela história contada”, disse outro aluno.
Rafael (nome fictício), tem 28 anos, e desde os 20 está preso na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG). Ele conta que, quando chegou no sistema carcerário, a perspectiva de retorno para o crime era muito grande. “Hoje a gente encontra mudança. Tanto aqui na escola como no sistema, a gente está tendo oportunidade de realmente poder mudar”.
“Tudo que eu aprendi aqui na escola tem mudado muito a minha vida”. Rafael chegou ao presídio sem ter terminado o ensino fundamental e, agora, com o EJA (Educação de Jovens e Adultos), tem a oportunidade de voltar para a sociedade com o Ensino Médio completo, podendo também cursar uma faculdade. Com a remição pela leitura, ele termina a pena em fevereiro de 2026.

